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Duas delas: "porque está lá dentro grande parte do PIB do país" e "porque as festas são as melhores". Duas das páginas do livro que transmitem uma sociedade tomada de assalto pelos estrangeirismos. © LX 80 "Tentamos sempre encontrar a forma mais adequada a cada história, e também que dê prazer ler e seja quase lúdica, mesmo quando estamos a falar de coisas sérias", diz Joana Stichini Vilela, que assina o livro com Pedro Fernandes, responsável pelo projeto gráfico, e teve a colaboração de outros dois jornalistas em áreas pontuais: Rui Miguel Tovar, que ficou com as histórias de desporto — incluindo o famoso 7-1 do Sporting que muitos benfiquistas prefeririam esquecer — e André Rito, que assina dois episódios de crime. O livro viaja entre essas vertentes: numa página tanto aparece uma entrevista a Paulo Futre e uma composição dos mais famosos bigodes da praça, como o relato da bebé raptada no Hospital Particular que haveria de dar origem ao medo tantas vezes repetido por pais já noutras décadas — "nos anos 80 roubavam-se bebés".
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Em 2002 as famílias já estavam realojadas, nada justificava que continuasse a existir. " João Soares, por seu turno, nega as eventuais extravagâncias do gabinete e defende que a equipa desempenhava funções que o seu executivo considerava "essenciais para uma boa integração" dos moradores, rematou. Joana Carvalho Fernandes, Lusa
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"Quando falamos dos anos 80, é quase sempre do kitsch que as pessoas se lembram. O excesso, os chumaços, os bigodes. Nós temos essas coisas no livro, mas os anos 80 foram muito mais do que isso. É o mesmo que nos anos 60 não poder falar só de Estado Novo. " Joana Stchini Vilela Com ou sem magia, uma coisa ninguém retira a esse tempo: "Sobretudo no Bairro Alto, mas não só, há uma sensação de que tudo é possível, o que é totalmente diferente de hoje, onde ouvimos constantemente que não vai dar, ou que é difícil", defende Joana Stichini Vilela. "Essa sensação atravessa toda a década, e é crescente. " Com o dinheiro e a estabilidade chega uma nova ordem: o consumo. "Vamos atrás do resto do mundo", diz a jornalista. E vamos com sacos. Da abertura das Amoreiras — onde as famílias vão descobrir as malhas da Benetton ou simplesmente andar nas escadas rolantes –, aos primeiros hipermercados, as compras massificam-se e nasce a semente do que hoje é tão banal para a geração dos logótipos: a afirmação pelas marcas.
"O objetivo é mostrar uma realidade multifacetada", diz Joana Stichini Vilela, para quem também é importante "que a narrativa não seja linear". "Isto não é uma tese, não são 600 páginas sobre um tema, mas também não é um livro que está só ali a fazer um retrato cor-de-rosa. Porque nem tudo é cor-de-rosa ou maravilhoso", continua a jornalista. "A memória tem isto, de apagar as coisas más e deixar só as boas, e os anos 80 têm muito um lado de nostalgia, não só por causa do [Nuno] Markl [e do programa Caderneta de Cromos], mas também porque se pensarmos bem, muitas pessoas que estão neste momento a fazer e a escrever coisas são pessoas que eram crianças naquela altura, e normalmente nós sentimos nostalgia em relação à infância, ou a momentos felizes da nossa vida. Mas e o desastre do Sá Carneiro? ", atira a jornalista. "E o julgamento do Otelo Saraiva de Carvalho e das FP-25? Isto não tem nostalgia nenhuma mas foi uma coisa que marcou a década. " Vitinho e Rua Sésamo de um lado, heroína e Casal Ventoso do outro, há coisas que deixam saudades, outras nem por isso.
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Às oito da manhã chegavam ao escritório, vindas dos bancos, em carrinhos de mão. " Pedro Caldeira, corretor, numa entrevista do livro
De todos os livros já publicados, este foi o primeiro cuja época a autora conheceu, ou não tivesse nascido no início dos inícios: 1980. "É o primeiro livro em que há coisas de que eu me lembro realmente e que vivi", conta, garantindo, no entanto, que isso não teve qualquer influência na pesquisa ou no resultado final. "A grande diferença em relação aos primeiros livros é que, por estarmos a falar de uma época mais recente, a informação está muito mais dispersa, e ao mesmo tempo muito mais fresca. Ainda não há uma narrativa oficial, o que torna mais delicado falar de certos temas, mas ao mesmo tempo há muito mais fontes vivas. " No lado kitsch, os bigodes prometidos. © LX 80 Em pequenas citações, na primeira pessoa ou em pergunta-resposta, LX 80 está recheado de entrevistas, do produtor Paulo Branco ao médico dos emagrecimentos milagrosos José Maria Tallón, passando por oito dos fundadores d' O Independente, naquela que é uma espécie de história coletiva dos anos loucos do jornal. Entre as entrevistas está também a que é feita a Pedro Caldeira, corretor que viveu o boom da Bolsa em pleno, e que chega a dizer: "[Toda a gente investia na Bolsa], de doutores a engraxadores.
O meu escritório tinha acções até ao telhado. Até na retrete. Às oito da manhã chegavam ao escritório, vindas dos bancos, em carrinhos de mão. " Os loucos anos 80 não se viviam apenas nas apostas e nas noites do Frágil, mas também nas obras megalómanas que se iam erguendo na cidade — do "mamarracho" das Amoreiras ao edifício monumental da Caixa Geral de Depósitos –, nas novas rádios-piratas e discotecas, e até na esfera política, com as campanhas que começam a investir no marketing e que, por isso mesmo, fazem parte das memórias da maioria dos portugueses com mais de 30 anos — do embate presidencial entre Freitas do Amaral e Mário Soares ao famoso mergulho de Marcelo Rebelo de Sousa no Tejo. Marcelo entra de cabeça para chegar à Câmara de Lisboa, mas é Jorge Sampaio o sucessor de Krus Abecasis. Na cadeira de primeiro-ministro senta-se, desde 85, Cavaco Silva, engordando os 7. 825 dias — um recorde — que há-de estar no poder. "[Toda a gente investia na bolsa], de doutores a engraxadores.
Tudo está feito para facilitar: nas novas revistas femininas — Elle, Marie Claire e Máxima — fica-se a par das tendências e das novidades, e a partir de 1985 já se pode até levantar dinheiro ou "medir os sinais vitais às poupanças" nos terminais multibanco que vão invadindo a cidade. Tudo isto está no livro, em histórias dispersas que vão sendo contadas de forma cronológica, mas que se podem ler separadamente, como artigos de revista. O esquema é o mesmo que foi usado nos volumes anteriores: durante a pesquisa selecionam-se os temas a tratar e cada história tem direito a uma forma narrativa e a um grafismo próprio.